domingo, 25 de outubro de 2009

Baile da Fortuna




Pêndula bateia na parede
Hoje morrendo de sede
Não passa de um enfeite banal

Já foi de seu dono, tempos dantes
Alvo de olhares delirantes
Tendo a sorte sua sócia imparcial

E a bateia nas mãos de seu dono
Bailava em seu próprio contorno
Num infinito e incansável ritual

O cascalho ciscado e lavado
Tantas vezes deixava apartados
Garimpeiro, esperança e ideal

E mais um dia se escoava
Com a dançarina bateia que bailava
Aos acordes da orquestra irreal

Apinhando a tantos, outro dia em vão
Desalentava-se ante impiedosa ilusão
Prevalecendo a fragilidade de mortal

Para na aurora seguinte, refeito
Rasgar outra vez outra vez o garimpo no peito
Numa ânsia indomável de se realizar

E quiçá..., como diz o destino que espreita
E fez feliz daquele que feita
Um teimoso garimpeiro chorar

Chorar de emoção extasiante
Exibindo na palma da mão enorme diamante
Para nunca mais garimpar

E hoje, varanda, espreguiçando na rede
Nem sequer observa na parede...
A bateia no prego, ao vento ainda bailar


Arley Notoroberto - Todos os direitos reservados


segunda-feira, 10 de agosto de 2009


Dia 13 de agosto próximo, vão fazer quatro anos que meu pai se foi.
Sinto muitas saudades dele.
Mais do que meu pai ele era meu melhor amigo.
Desde pequena sempre tive por ele profunda admiração.
Adora ouvir suas histórias, e como ele sabia contar!!!
De uma inteligência extraordinária, com pouco estudo, sabia conversar sobre tudo, com uma habilidade impar para se expressar.
Escrevia lindos pomas.
Compôs belas canções.
Por muito tempo criou palavras cruzadas para o jornal da empresa em que trabalhou, FNV - Fábrica Nacional de Vagões.
Tinha o respeito e apresso de todos os que tiveram a sorte de conhece-lo. Nunca teve nenhum inimigo.


Saudades de ti.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Minas dos Meus Olhos


Minas das minhas meninas

Que quando menino Deus me pôs aí

Por vezes o destino erra

E dobrando a serra virei guarani

O azougue que envolve minh’alma

É porque na palma da minha mão eu vi

Que sorte eu tenho demais

Por ser brasileiro de Minas Gerais

São Paulo terra da garoa

Rio, encantos naturais

Um dia vou virar a serra

Dizendo adeus a quem ficar pra traz

Um dia vou virar a serra

Pra morar de novo em Minas Gerais

Um dia vou virar a serra

Dizendo oh Minas Gerais

Minas das minhas meninas

Que quando menino Deus me pôs aí

Texto e foto de Arley Notoroberto - Todos os direitos reservados